Resident Evil Brasil 2
Alguns meses depois do fim do caos em cidades de todo o continente sul americano, causado pelo T-Vírus, a até então empresa que colaborava com a Tricell, a CAPCOM, foi inocentada, após uma séria investigação, ao qual surgiu o nome Endo Oono, um infiltrado da Tricell que “orquestrava” os movimentos da CAPCOM, sendo preso e antes mesmo de ser julgado, foi resgatado por integrantes da empresa Tricell, a empresa mais conhecida no mundo, por vários crimes e pelo vírus criado por ela, o T-vírus, já citado.
...
Algum tempo depois, dia 14 de julho de 2010... Depois de ser assediado por todos em seu colégio, Bruno Corrales Pereira, que colaborou com o exército e ajudou seu primo e seus amigos a sobreviverem a Gravataí, o adolescente de treze anos de idade voltou a sua vida normal, ou quase que normal. Mas, como a Tricell ainda existia, sempre haveria mais, muito mais.Depois de uma cotidiana manhã de quarta-feira, Bruno e seus colegas, Matheus, Eduardo G. e Eduardo F. iam se dirigindo a parada de ônibus, onde todos exceto Eduardo F. pegavam o ônibus pra ir pra casa. O sol brilhava intensamente como quase todos os dias, pois era horário do meio-dia. O grupo de colegas sentou-se na saída do carro da mulher que morava atrás da parada para descansar, pois saíam de uma educação física sofrida, onde os times de futsal empataram em 5 a 5, com um gol de Bruno.
—Que droga, aquela prova hoje tava difícil. Comentou Eduardo G. (o outro prosseguiu seu caminho).
—Se tava... Disse Bruno, bebendo um pouco de água da sua garrafa.
—Acho que tirei uns 15. Informou Matheus; a prova valia 20.
—Nem me fale. Falou Bruno, cansado.
—É, mas tu deu entrevista pra aquele jornal lá, o... Exclamou Eduardo.
—New York Times. Completou Matheus, mostrando a BMW que estacionava na esquina da rua para os colegas.
Uma mulher morena e muito bonita, com os cabelos presos em um coque e vestindo um taier branco desceu do carro, avançando em direção aos garotos, chamando a atenção de todos que estavam na parada.
—Bruno Pereira? Perguntou ela, postando-se na frente de Bruno, observando-o por trás dos óculos redondos com uma certa formalidade.
—Sou eu, por quê? Respondeu Bruno, levantando-se subitamente.
—Me chamo Angelina Helena Pool, sou uma funcionária da empresa Dados Corp. A minha empresa entre muitas coisas trabalha com a biogenética, pois então possuímos amostras to T-vírus e do antivírus. Gostaria que me acompanhasse. Falou ela, começando a se dirigir ao carro, Bruno acompanhando-a. —A Dados como já lhe informei, possui amostras do T-vírus, que, pelo que sei, você tem experiências digamos que pessoais com o vírus.
—Sim, meu primo sobreviveu a Gravataí e eu ajudei. Disse Bruno, entrando o carro junto de Angelina.
—Ótimo. Falou ela. —Considerando isso, a empresa resolveu lhe oferecer um emprego, neste emprego você terá contato com o vírus.
Bruno de repente sentiu uma vontade imensa de socar a mulher e pular do carro, mesmo em movimento. Aquilo é pedir pra morrer: ter contato com o vírus? Bruno não queria nem saber, diria não na primeira oportunidade.
—Você receberá pelo serviço meio milhão de reais, assim como seu tal primo, como se chama mesmo?
—Felipe Selister. Respondeu Bruno, repensando sua resposta tranquilamente, pois era um milhão em jogo, se realmente a tal empresa quer pagá-los para fazer esse tal serviço especial com o T-vírus. —E eu poderia saber que serviço é este? Perguntou Bruno, tentando ser o mais educado possível.
—Bem, para começar, gostaria que soubesse que a Dados Corporation tem um grupo especial ao seu serviço, sendo ele criado pela empresa, o G. T. E. D., Grupo Tático Especial Dados. Possui mais de noventa agentes, todos cientes da existência do vírus, aprendendo sobre ele durante os treinamento. Pode abrir o vidro Mark, está muito calor aqui. Disse ela, se abanando com uma revista que estava no banco do carro. —Se você e seu primo aceitarem o trabalho, liderarão duas equipes, a equipe Echo e a equipe Delta, que são formadas por agentes de idades semelhantes a suas. O trabalho, em si, é muito fácil para tanto, mas você sabe, todo cuidado é pouco. O trabalho é transportar uma maleta com amostras do T-vírus e antivírus até nossa sede em Manaus, no estado de Amazonas. É nessa rua não é? Perguntou ela, indicando com o dedo a rua onde Bruno morava, o garoto confirmou com a cabeça.
Nunca passara pela sua cabeça que alguém poderia querer seus serviços, bem, não esses serviços.
Bruno desceu do carro ao pararem em frente a casa de Bruno, acompanhado de Angelina, entrou em casa rapidamente,e logo apresentou sua mãe a mulher da empresa.
Todos se sentaram na sala-cozinha da casa de Bruno, tomando o tradicional cafezinho.
Angelina explicou o mesmo que havia explicado para Bruno a sua mãe, Margareth, que ficou meio indecisa se deixaria o filho fazer tal trabalho, sabendo que era muito perigoso.
—A possibilidade de que seu filho sofra algum dano nesta missão é quase nenhuma, pois todos da equipe são muito bem treinados, e além do mais o médico do grupo possui entre seus medicamentos doses da T-vacina em boa quantidade. Angelina tentava convencer Margareth a todo custo a deixar Bruno partir para São Paulo com ela, onde se localizava a principal sede da Dados Corporation. —E pense bem, quinhentos mil reais, é muito dinheiro...
—Mas pra isso eu teria de falar com o Gilberto também... Falou Margareth, indecisa.
—Não por isso, ainda não contatamos Felipe, enquanto fazemos isso a senhora discute isso com seu marido. Falou Angelina, levantando-se e largando a chícara de café vazia sobre a mesa de madeira. —Volto a falar com vocês na sexta-feira desta mesma semana.
A morena despediu-se dos dois e saiu apressada, com a BMW rumo talvez à casa de Felipe Corrales Selister, em Gravataí, para lhe fazer uma proposta que provavelmente ele negará, devido a sua experiência.
Mal a mulher tinha saído, em um clima meio constrangedor de dúvida, a mãe de Bruno lhe falou para lavar as mãos para almoçar.
Mais a tarde, por volta das quatro ou cinco horas da tarde, Bruno entrou como sempre na internet, entrando no MSN, percebeu que Felipe estava online.
BRUNO DIZ:
Oi Felipe
FELIPE DIZ:
Daee
BRUNO DIZ:
Tu não vai acreditar no que aconteceu hoje de manhã.
FELIPE DIZ:
O quê, o capitão André foi aí?
BRUNO DIZ:
Melhor que isso, uma mulher diz que trabalha pra uma empresa quer nos contratar!
FELIPE DIZ:
Que?! Por quê?
BRUNO DIZ:
Ela quer a gente por que temos experiência com o T-vírus.
FELIPE DIZ:
Qual é o trabalho entón?
BRUNO DIZ:
Transportar o vírus até outra sede da tal empresa.
FELIPE DIZ:
Ela vem aqui?
BRUNO DIZ:
Sim, acho que sim.
...
Margareth até se esqueceu de informar ao marido sobre a oferta de Angelina, comentando-a apenas no dia seguinte, enquanto todos os três jantavam.
—Tu quer ir filho? Perguntou Gilberto, cortando uma enorme folha de alface.
—Se o Felipe for eu vou né, não posso deixar ele na mão.
—Ta okay, mas ele tava junto do amigo dele no ano passado não é? Por que ele não vai junto? Falou Margareth.
—O Felipe me disse semana passada que o Daniel viajou, e pelo jeito a mulher... Ou melhor, a empresa não quer ele, e sim ao Felipe e eu. Retrucou Bruno, que queria ir de qualquer forma.
—Pois é... Falou Margareth.
—E além do mais, são quinhentos mil reais em jogo não é? Lembrou Bruno, triunfante.
—É, se quiser vá então. Falou Gilberto. —Mas se cuide hein, nunca se sabe o que vai acontecer, sempre dá algo errado, sempre.
Bruno estava mais confiante do que nunca, era a sua hora de lidar com o vírus pessoalmente, participar de toda a ação e se for preciso, combater. Outra vantagem era que Bruno e Felipe estariam no comando das equipes Echo e Delta.
O reencontro de Angelina Helena e Bruno foi bem rápido, ocorrendo às duas e meia da tarde, depois de mais uma vez Angelina discursar sobre o serviço com o T- vírus e sobre a recompensa sobre o mesmo. A data marcada para partirem rumo São Paulo foi na segunda-feira, logo depois da aula de Bruno.
O fim de semana foi bem corrido, com Bruno e sua família indo festejar o aniversário de uma tia da cunhada de Bruno. Mas, as horas mais críticas foram durante a noite.
De tanta empolgação Bruno não dormia, pois seu coração estava muito acelerado de empolgação e então Bruno se mexia na cama de tal maneira que tivera de se levantar duas vezes para puxar a coberta para cima da cama. Bruno foi dormir as duas e meia da manhã, depois de muito esforço para adormecer. Mas, a noite pareceu muito curta (e foi) para ele, que, ao fechar os olhos, Bruno teve a impressão que os reabriu poucos segundos depois, não dormindo nada; sendo lerdo a manhã inteira, até chegar a hora da saída da escola, quando se deparou com aquela mesma BMW, de onde saiu a mesma morena, liberando a passagem do jovem para entrar e sentar no carro. Algo chamou a sua atenção no canto do banco, uma mochila.
—Pode ir Mark. Falou Angelina, do seu jeito formal de sempre. —Bom dia, Bruno.
—Oi, o que...
—Suas coisas, passamos na sua casa antes de vir te buscar, vamos direto ao aeroporto, rumo a São Paulo.
—Que interessante. Murmurou Bruno, aborrecido. —E o Felipe?
—Aceitou a proposta também, já está no aeroporto, nos aguardando. Respondeu ela, lendo umas fichas. —Nosso vôo sai daqui a vinte minutos.
Mark dirigiu o carro até o aeroporto, onde Felipe e Bruno se reencontraram e embarcaram no avião, sentando um do lado do outro, enquanto Angelina alguns acentos à frente.
—Será que vai dar algo errado? Perguntou Felipe, depois de alguns minutos de vôo.
—Espero que não, mas pensa bem, seremos os chefes. Riu-se Bruno, imaginando-se com uma equipe e matando zumbis facilmente.
...
A Dados Corp. era uma grande empresa, cheia de escritórios, laboratórios, áreas de treinamento, salas de aula, etc. Bruno sempre sonhou com uma empresa como aquela, limpa e calma.
A dupla de primos seguiu a moça até um enorme corredor cheio de portas, sendo “apresentados” ao seu quarto; pois dormiriam em um beliche. Logo depois, subiram pelo elevador espelhado dois andares acima, indo até um corredor só de salas de aula, todas vazias, exceto uma, com a persiana baixada e impossibilitando a visão de quem estava dentro pra fora e vice-versa.
Os dois foram levados até a sala vizinha a essa, onde havia um grande emblema na parede.
—Bem, vocês podem tirar da equipe alguém, se quiserem, temos outros agentes a disposição. Informou Angelina, entregando cinco fichas a cada um, logo depois saindo fechando a porta atrás de si.
—Okay, vamos ver quem são. Falou Bruno, sentando-se na cadeira do professor e espalhando na classe do mesmo as fichas.
—Pois é. Concordou Felipe, sentando-se na primeira classe da direita. —Heavy Metal.
—É. Bruno pegou a primeira ficha, leu o nome e depois olhou a foto do jovem negro de cabelos cortados, chamado João Marcos da Souza. Leu também sua personalidade, dados pessoais e cargo: responsável pela comunicação da equipe Echo. A outra ficha era do piloto da equipe, Gabriel Macedo. A terceira ficha era da médica da equipe Echo, de nome Alyssa. —Te liga só, o nome da minha médica é Alyssa Ashcroft! O nome da jornalista do outbreak, lembra?
—Pior. Lembrou Felipe.
—Aqui diz que é um apelido na verdade, porque ela é muito parecida com a personagem e é também sua maior fã.
—Hum. Fez Felipe, lendo o nome de sua médica. —Na minha equipe a médica se chama Karla.
—Só mulheres.
—Elas estão dominando hein. Riu-se Felipe, os dois riram um monte até a chegada de Angelina.
—Alguma mudança? Perguntou ela, os três já no corredor.
—Na verdade, não lemos tudo. Confessou Felipe calmamente.
—Bem, duvido que iriam modificar as equipes mesmo, então... Falou Angelina, abrindo a porta da sala ocupada para os dois primos entrarem. —Vamos apresentá-los.
Bruno e Felipe entraram na sala e ficaram na frente do quadro negro, o professor de t-vírus ficou sentado em sua cadeira quieto, enquanto os integrantes das equipes se mexiam nas carteiras. Na primeira fila estavam sentados Alyssa, João e outro muito parecido com o personagem de Resident Evil Luis Sera. Na fila de trás, o piloto Gabriel, o piloto da equipe Delta e Daniel Gomez, sobrevivente de Gravataí, que pareceu se animar por ver os amigos entrarem na sala. Na última fila, Karla, com seus cabelos negros presos em um apertado coque, outro mais “metido a malandro” e um gordinho parecido com o apresentador Alexandre Mota (Balanço Geral RS).
Angelina entrou logo em seguida, postando-se ao lado de Bruno, perto da porta.
—Como eu havia lhes informado, traria os dois comandantes das equipes Echo e Delta hoje, e foi o que fiz. Estes são dois sobreviventes do T-vírus, Bruno Pereira e Felipe Selister. Apresentou ela, menos formal do que de costume. Poucos aplaudiram a apresentação dos dois (Alyssa, Daniel e o Gordo foram os únicos).
—Bruno Pêra e Felipe Selo. Debochou o “metido a malandro”, fazendo Karla rir.
—Melhor do que ter o nome errado. Retrucou Daniel por Felipe e Bruno, todos riram, menos os dois, claro.
Angelina pigarreou alto e todos se calaram, voltando sua atenção para os comandantes do G.T.E.D.
—Querem dizer algo? Perguntou Angelina aos dois.
Bruno e Felipe se olharam rapidamente e Bruno começou a falar:
—Acho que vocês já nos conhecem, ou alguns de vocês, pois aparecemos em tudo que é jornal, televisão e rádio por ter sobrevivido a Gravataí e digamos ferrar com a Umbrella. Saibam que isso não será fácil, pois estamos lidando com o T-vírus, e não com perfumes.
—Só vamos transportar uma maleta cara... Falou o jovem de nome errado.
—Uma maleta que contém um vírus letal que pode nos matar em pouco tempo. Falou Felipe sério.
—Okay, desculpe. Desculpou-se o outro, erguendo as mãos debochadamente.
—Como já se conhecem, espero que partam o quanto antes. Comunicou Angelina.
—Mas ainda não conhecemos todos, lembra? Lembrou Felipe.
—Ops, é mesmo. Lembrou Angelina, um pouco constrangida. —Por favor... Falou ela, olhando para os agentes com um jeito de cobrança.
Alyssa foi a primeira a se levantar, pigarreou e disse:
—Isabela Ferrão, conhecida como Alyssa, médica com experiência e ótima com pistolas. A jovem corou levemente ao retornar a se sentar.
O segundo corajoso foi o “Luis Sera”, que levantou-se muito tranquilamente:
—Mauro Zefrer, Reconhecimento da equipe Delta, bom de mira e me dou bem com semi-automáticas. Voltou a se sentar mais calmamente ainda, enquanto João se levantava:
—João Marcos, comunicações entre as duas equipes e com o quartel general. Sentou-se.
Karla foi a próxima, mas não parecia muito animada. Contou que era ótima médica e que tinha noção do que estavam por enfrentar. Daniel não precisou falar muita coisa, pois os dois já o conheciam e ela faria parte da equipe Echo, mecânico de armas. O gordo se chamava Fredy, responsável pelas comunicações do time Delta. Os pilotos basicamente informaram que só sabiam pilotar. O último foi o “bastardo” da operação.
—Meu nome é Andre, posso parecer um retardado fora de ação, mas em ação posso ser considerado “o cara”. Obedeço todas as ordens sem relutar nem hesitar. Algo mais? Perguntou ele ao final do pequeno discurso, voltando a se sentar.
—Rock and Roll. Murmurou Bruno, contente.
—Bom, quando partem? Indagou Angelina, parecia ansiosa com isso.
—Talvez tenha esquecido, mas não sei disparar nem uma pistola. Falou Bruno, um pouco intolerante.
—É mesmo. Falou Angelina Helena, consultando umas fichas que tinha na mão desde cedo. —Temos apenas um professor de tiro disponível, fará aulas com ele.
Aquela noite estava estranha. Bruno não dormia, mas não por estar entusiasmado ou coisa do gênero. Sua consciência não o deixava adormecer. Pensava como seus colegas reagiriam quando soubessem o que foi fazer. Pensava como sua família estava na aquele exato momento. O que estariam fazendo, sentindo? Bruno só tinha uma certeza: sua vida mudaria após essa missão.
Mal tinha amanhecido e Bruno e Felipe foram acordados para o treino de tiro. Foram levados até uma área de treinamento onde no fundo estavam seis alvos. No canto esquerdo ao lado da entrada, as equipes Echo e Delta estavam sentados conversando. Bruno seria treinado por um homem descendente de coreanos. Era loiro e repulsivamente feio. Bruno aprendeu a mexer com submetralhadoras, pistolas, espingardas, granadas, rifles de assalto e até bombas relógio. O aprendizado durou o dia inteiro, com pausas apenas para almoço e jantar, pois ficaram até as onze horas da noite treinando.
Bruno dormiu feito uma pedra, estava exausto de tanto atirar; mas pronto para partir no outro dia rumo à Manaus, transportando o vírus mais letal conhecido pelo homem até então, o T-vírus, que acabou com a vida de muitas pessoas no passado.
Não eram seis e meia da manhã e as equipes do G.T.E.D. corriam em direção ao helicóptero, cada um com seu armamento e equipamento. Todos com seus devidos uniformes: colete, camisa azul marinho, calça azul marinho, botas e algum item extra. Apenas o uniforme de Alyssa era diferente, completamente vermelho.
O helicóptero levantou vôo e partiu com os pilotos de cada equipe no comando da aeronave rumo a região norte do país. Nunca Bruno nem Felipe voaram de helicóptero antes, então adoraram aquilo. (Bruno não muito, pois tinha medo de altura)
A maleta se encontrava no colo de Alyssa, que a segurava firmemente para não cair. Os outros agentes da equipe e Alyssa também mantinham-se calados a todo o tempo, exceto por Karla e Andre, que trocavam chamegos.( Obviamente eram namorados)
Para acalmar a tensão de estar voando, Bruno evitava olhar para fora e começou a examinar sua F2000. Era bom ter algo com que se defender, contra um vírus como esse.
—Vou botar meus fones, okay? Perguntou Alyssa, botando dois fones, um em cada orelha e começara a escolher a música no seu mp4. (Bruno precisava autorizar.)
—Hei! Exclamou Gabriel para chamar a atenção dos comandantes. —Teremos de pousar, não temos combustível o bastante!
—Pousem então! Responderam Felipe e Bruno ao mesmo tempo.
—Preparem as armas pessoal! Gritou Bruno para a equipe Echo, e todos começaram a se preparar pra desembarcar prontos para ação.
O helicóptero pousou bruscamente em um campo que fazia “fronteira” co uma mata fechada. Pousaram exatamente entre as elevações que tinham o campo. Todos desceram preparados para o imprevisto.
—Andre, da uma volta. Ordenou Bruno; Andre concordou com a cabeça e seguiu para uma das elevações com sua poderosa SIG 556.
—Mauro, pro outro lado. Mandou Felipe.
—Falou chefe. Disse Mauro, avançando tranquilamente para outra elevação.
Alyssa e Karla sentaram-se na borda do helicóptero, enquanto João andava em círculos, Fredy esperava quieto em um canto, Bruno e Felipe conversavam, os pilotos faziam xixi um pouco ao longe e Daniel se recostava em uma árvore próxima.
—Estão demorando. Comentou Karla ansiosa.
—Ela tem razão. Falou Bruno para Felipe, que assentiu com a cabeça.
De repente, três tiros de metralhadora foram disparados em algum lugar do morro por onde Andre estava. Todos da equipe se sobressaltaram e ficaram atentos, esperando mais tiros, que foram ouvidos vindo do morrode onde Mauro fora checar.
—Droga. Murmurou Bruno, ao ver Andre correndo de um enorme rebanho de ovelhas aparentemente infectadas pelo T-vírus. —Atirem! Berrou, e todos começaram a atirar contra as ovelhas, o que estava difícil, pois Andre estava bem a frente.
Poucos segundos depois surge Mauro correndo de outro rebanho infectado gritando até de um jeito brincalhão.
—Ajudem ele! Mandou Felipe, atirando contra as ovelhas que seguiam Mauro; os outros integrantes da equipe Delta também atiravam contra as ovelhas, que se aproximavam rapidamente.
—Não estamos conseguindo! Falou Alyssa, atirando contra as ovelhas que matavam os pilotos.
—Recuar, recuar! Ordenou Bruno, sua equipe correndo junto dele para dentro da mata; não sendo acompanhada pela equipe Delta.
Depois de algum tempo de corrida no meio da mata, a equipe parou para descansar no meio da floresta.
—Temos de voltar e ajudá-los. Falou Andre, obviamente pensando em Karla.
—Não podemos voltar lá, é bem capaz que vejamos nossos amigos virados em zumbis. Falou João, perturbado.
—O que não daria por uma mãozinha do capitão André agora hein... Comentou Daniel, recarregando sua F2000.
—Não vamos voltar. Finalizou Bruno, com um aperto no coração. —João tem razão, podemos morrer se voltarmos.
—Mas... Andre tentou argumentar, mas não conseguiu terminar a frase.
—Vamos seguir em frente? Perguntou Alyssa, preocupada.
—Vamos continuar amanhã. Respondeu Bruno. —João, contate a Dados e informe nossa situação.
—Sim senhor. Disse o outro, pegando o rádio e tentando se comunicar.
—Podem se acomodar, vamos dormir aqui. Informou Bruno, sentando-se e encostando-se no tronco de uma árvore próxima. —Que merda de trabalho. Murmurou Bruno para si mesmo.
—Sem sucesso senhor. Informou João, sentando-se desanimado.
—Merda. Disse Bruno, desanimado também. —Pois é, então estamos sozinhos nessa; mas tente mais tarde, talvez dê.
—Vai ver as árvores estão dando interferência. Falou Alyssa, esperançosa.
—Pode ser. Concordou Andre, sentando-se sobre folhas secas. —Quem vigiará durante a noite?
—Primeiro o Gomez (Daniel), depois de duas horas o João, depois de duas horas eu, depois você —indicou Alyssa —Por último você Andre.
—Ótimo. Disse Andre, mal-humorado.
...
A noite caíra e era a hora de Andre vigiar, por volta da uma da madrugada, e estava um pouco frio na mata.
—Karla... Pensou Andre. —Ah! Que se fod... Vou atrás deles. Andre se levantou bem devagar, o mais silencioso possível, para que ninguém, principalmente seu capitão, Bruno, não o visse sair do posto.
Andre olhou para cima por um momento, tentando ver a lua, inutilmente; as copas das árvores impossibilitavam sua visão. Andre suspirou e seguiu rumo à orla da floresta, o último lugar onde a equipe Delta fora vista. Eles tinham que estar vivos, eles estão vivos. Andre sentia.
Bruno C. Pereira se acordou por causa dos raios de luz que passavam as copas das altas e imponentes árvores daquela mata. Esfregou os olhos e sentou, (estava deitado) pois seu braço doía por servir de travesseiro para o jovem. Sua equipe já estava acordada. Alyssa ouvia as músicas do seu mp4 encostada em uma árvore, Daniel andava de um lado para o outro e João tentava fazer contato com a Dados Corp.
—Cadê o Andre? Perguntou Bruno ao Daniel.
—Não sei. Respondeu o outro. —Não o vi hoje.
—Droga. Disse Bruno, voltando-se para a médica; cutucou-a. —Viu o Andre?
—Desculpe? Perguntou ela, tirando os fones.
—Viu o Andre? Repetiu Bruno.
—Não.
—João... Começou Bruno, avistando Andre ao longe, ele sorria; Bruno também. —É um desgraçado[B1] ¹. Riu-se.
Andre avançava, mas não era o único. Junto dele, a equipe Delta; Karla, Felipe, Fredy e Mauro. Ao chegarem, Bruno e Felipe se cumprimentaram com seu aperto de mão inventado.
—Que bom que voltou. Falou Bruno.
—É. Concordou Felipe, dando um sorriso.
—Seguimos? Perguntou Bruno, apontando com o polegar para atrás de suas costas.
—Claro, por que não. Respondeu Felipe, animado.
—Cadê o Fredy? Perguntou Daniel a todos.
—Mas o quê...? Surpreendeu-se Felipe, mas sua frase foi interrompida por um grito longo e penetrante de Fredy, vindo de alguns metros adiante.
—Vão vão vão! Gritou Bruno, correndo acompanhado das duas equipes, mirando para todos os lados a procura de Fredy.
Todos correram o máximo enquanto Fredy gritava, até que ele parou. Avistaram o corpo dele caído perto de uma árvore. Algo o rondava e comia-o.
—Parem. Falou Bruno, fazendo sinal para que todos parassem. —O que é aquilo?
—Insetos? Respondeu Felipe, duvidoso.
—Droga, todo esse lugar ta infectado. Falou Bruno, virando-se pra equipe. —Temos de dar a volta no corpo. Continuou ele se referindo a Felipe. —Vamos dar a volta por ali pessoal, vamos. Informou Bruno a sua equipe, acompanhada pela equipe Delta. Os dois grupos seguiram pela mata por alguns minutos mais, onde, no meio do caminho, foram atacados por dois zumbis camponeses; que morreram facilmente, claro. Logo que passaram pela floresta, depararam-se com uma chácara, margeando uma estrada de barro. Bruno e sua equipe avançaram pronto para o imprevisto. Bruno sinalizou para que Andre entrasse pelos fundos da casa, onde havia uma plantação de alfaces e repolhos e uma vaca adormecida. O resto da equipe avançou para a porta da frente. A equipe de Felipe se aproximou das janelas. Enquanto eles se aproximavam das janelas, Bruno abriu a porta com um chute, e surpreendeu-se com o que viu. Um cano de um rifle de caça a dois dedos de seu nariz.
—Quem vem lá?! Perguntou um senhor de idade.
—Calma aí, eu... Respondeu Bruno, fazendo sinal para que os da equipe Delta se acalmassem e baixassem as armas. —Pode tirar esse troço da minha cara?
—Descurpe. Desculpou-se o velho, baixando o rifle.
—Ô véio, oia quem tava lá nos fundos. Falou uma senhora, que vinha logo atrás de Andre, que estava rendido por uma faca de cozinha. —Robando nosso pomar.
—Ô Bruno, dá uma força aqui... Pediu Andre, meio sarcástico.
—Rí rííííí! Riu-se Daniel, que estava logo atrás de Bruno.
—Calma Iolanda, acho que eles não vieram nos fazê mal. Disse o velho, fazendo sinal para que Iolanda baixasse a faca. Virou-se para Bruno. —Que querem?
—Estamos perdidos senhor. Respondeu Bruno.
—Me chama de Sr.Castanho, e perdidos por aí com isso? Surpreendeu-se Castanho, olhando para a metralhadora de Bruno. —E isso?! Terminou ele, gesticulando os braços de um modo que mostrasse todo o esquema tático G.T.E.D.
—Bem, somos de um grupo especial. Disse Bruno. —Podemos entrar? Não faremos mal a vocês.
—Entra. Liberou Castanho, entrando e sentando-se no sofá.
Iolanda baixou a faca e seguiu para a cozinha, ao lado da sala. As equipes entraram calmamente e se acomodaram na sala em cadeiras e no sofá.
—Ouvimos vocês se aproximando e achamos que eram aquela gente. Informou Sr.Castanho, enquanto Iolanda servia xícaras de chá para todos.
—Que gente? Perguntou Alyssa, desconfiada; pouco depois dela falar isso foi ouvido um barulho vindo de um cômodo interno. Depois da sala havia um corredor aonde no fundo estava a porta dos fundos, e ao longo do corredor três portas, duas a esquerda e uma a direita.
—O que foi isso? Perguntou Mauro, preocupado.
—Nosso filho... Respondeu Senhor Castanho, um pouco choroso. —Aquela gente da vila pegou ele e ele ficou assim... Mas, onde estávamos? Encobriu ele.
—E esse ferimento? Perguntou Bruno, já sabendo o que ouve.
—Mas isso não foi nada não... Respondeu o idoso, um pouco trêmulo e tampando o ferimento enfaixado com a mão.
—Eu vejo. Falou Karla de repente, muito séria, levantando-se e sacando sua Punisher (pistola). Seguiu pelo corredor e mirou na porta.
—O que está fazendo?! Berrou Iolanda, desesperada.
—O que nós devíamos ter feito Io. Falou Castanho, baixando a cabeça.
Karla escancarou a porta com um chute e viu amarrado a cama um jovem zumbi, que gemia e tentava avançar.
—Tchauzinho. Karla atirou e acertou na testa do zumbi e guardou a pistola no colder. —Deu chefe. Enquanto voltava a sala, a idosa partiu pra cima dela, acertando vários tapas na médica.
—Pára! Berraram Castanho e Andre em uníssono.
De repente a porta dos fundos se abriu e dali avançou enfurecida a vaca, partindo para cima das duas, matando-as.
—Ta infectada! Berrou Daniel.
—Filha da put...!! Gritou Andre, raivoso, metralhando a vaca com ódio. —Morre!!!!!!
—Iolanda! Castanho atirou-se sobre o corpo da esposa, chorando.
—A quanto tempo foi mordido?! Perguntou Alyssa, tensa.
—Pouco tempo. Respondeu o idoso, chorando.
—Vem cá. Chamou ela, para curar o idoso antes de ser tarde demais.
—Andre, sinto muito... Falou Bruno, colocando a mão sobre o ombro de Andre, que cuspia no cadáver da vaca. —Mas agora tem de ser forte.
—É, eu sei. Disse Andre, amargurado, recarregando sua metralhadora. Virou-se e seguiu para a rua.
—Droga. Comentou Felipe. —E agora?
—Tive uma idéia. Respondeu Bruno, adiantando-se para João, que estava próximo a janela. —Tente contato com a base.
—Não posso. Disse João em resposta. —O meu rádio quebrou.
—Como? Surpreendeu-se Bruno.
—A vaca caiu em cima. Respondeu João, desanimado.
—Ainda tem o do Fredy. Lembrou Felipe.
—Ok. Concordou Bruno. —Esse rádio é a única esperança. João, volte até o corpo de Fredy e recupere seu rádio. Cuide-se dos insetos.
—Sim senhor. Falou João, pegando sua tmp (metralhadora).
—Estaremos na tal vila adiante na estrada, ok? Informou Felipe.
—Sim. Falou João. —Tem alguma moto, pra ir mais rápido?
—Eu tenho uma ali nos fundos, pode levar. Respondeu Castanho, recompondo-se.
João contornou os dois sofás da sala e se dirigiu para os fundos da casa. Pegou a moto e seguiu rumo a mata.
—Resident Evil... Murmurou Bruno, para si. —Vamos embora! Informou ele para os demais.
Todos saíram da casa juntos e se juntaram com Andre. O Sr.Castanho também seguiu com as equipes, com seu rifle de caça em mãos. A estrada era longa e começou a anoitecer. Ao longe, via-se a tal vila infectada pelo vírus. Quando chegaram na rua principal, estavam em formação de defesa. Com as lanternas embutidas nas armas ligadas, observavam tudo a sua volta. Na outra esquina havia uma pequena igreja feita de tijolos não pintados. Ela era cercada por grades enferrujadas e possuía um pequeno canteiro de flores, que estavam morrendo.
—Tudo okay. Comentou Alyssa, apertando a maleta no corpo. —Silencioso...
—Silencioso demais... Falaram Bruno e Felipe ao mesmo tempo.
—Não estou gostando... Falou Daniel. —Opa, cambada vindo! Exclamou ele, apontando para dezenas de zumbis que vinham em sua direção pela rua da igreja e pela rua principal.
—Pra igreja! Ordenaram os capitães em uníssono; enquanto Andre, Daniel e Mauro atrasavam os zumbis, Alyssa e Castanho corriam para dentro da igreja, entrando cautelosamente.
—Vazia. Informou Alyssa, abrindo as portas de carvalho para os colegas. —Vem!
Todos entraram e fecharam a porta, que começou a tremer por causa das batidas dos zumbis tentando entrar.
—Merda. Comentou Bruno. —Presos aqui...
—Não fale palavrões na igreja. Disse Daniel, meio sarcástico.
—Grande merda. Falou Andre sarcástico, recarregando sua metralhadora.
—Parou, já chega! Irritou-se Alyssa.
—A igreja tem porta dos fundos certo? Perguntou Felipe a Castanho.
—Deve ter, sou ateu. Respondeu o velho, tentando ser sarcástico também.
—Essa foi boa. Disse Daniel.
—Agora sério, vamos embora. Disse bruno e todos correram em direção aos fundos da igreja. —E... desculpe Senhor. Terminou Bruno, ao passar por uma imagem de Jesus na parede.
De fato havia uma porta dos fundos, que já estava aberta. Eles correram pelo pequeno jardim de grama alta e saíram para a rua, esta, quase vazia. Os zumbis eram poucos e fáceis de contornar, mas a equipe Echo e a equipe Delta seguiam correndo mesmo assim, sem parar para descanso.
—Não podemos parar? Ofegou Alyssa, cansada e parando.
—Ali dentro então. Respondeu Bruno, observando os zumbis se aproximarem.
Todos entraram no que parecia ser uma clínica abandonada. Estava escura e fria de um jeito amedrontador. Mauro bloqueou a porta com um banco e todos avançaram para dentro do lugar. Chegaram até a recepção, localizada no saguão da clínica, decorada apenas por uma planta no canto esquerdo, onde também havia uma lixeira e um banco marrom para três pessoas. Alyssa sentou-se aliviada, suspirou e deixou a maleta ao lado do banco. Castanho também sentou, ofegante, enquanto Daniel sentava-se na cadeira com rodas da recepcionista. Bruno e Felipe se recostaram no balcão da recepção, um pouco mais descansados. Mauro ficou vigiando a porta e Andre foi procurar um banheiro.
—Duvido que João nos ache aqui. Falou Felipe, apreensivo.
—Ele é esperto, usará o rádio se não nos achar. Chamará ajuda. Disse Bruno, despreocupado.
—Tomara. Disse Felipe, tentando relaxar um pouco. —Não pensava que tantos das nossas equipes morreriam.
—Nem eu. Bufou Bruno, observando Alyssa encostar-se à parede tentando adormecer. Ela era bonita.
Um grito foi ouvido, dois tiros disparados e silêncio novamente; era a voz de Andre. Todos se sobressaltaram, Mauro chegou correndo da porta, Daniel pulou da cadeira, assim como Alyssa (já com a maleta em mãos) e o Sr.Castanho.
—Mauro... Disse Felipe, sinalizando para que Mauro fosse checar.
—Sim, senhor. Respondeu Mauro, avançando e mirando ao mesmo tempo rumo aos fundos da clínica.
—Dani, vá com ele. Ordenou Bruno.
—Ta. Respondeu Daniel, avançando do mesmo modo que Mauro, cauteloso.
Poucos minutos se passaram e Mauro e Daniel regressaram ajudando Andre a caminhar, pois sua perna esquerda estava ferida e sangrava muito. Os dois o deixaram no banco onde Alyssa já se preparava para medicá-lo.
—O que houve? Perguntou Bruno, um pouco estúpido de tensão.
—Eu sai do banheiro e entrei na consultório da frente, pra dar uma olhada. Começou Andre, esticando o braço para que Alyssa injetasse a T-vacina. —Daí eu me distraí com um anúncio na parede e aquela zumbi de uma figa saiu de debaixo da maca e mordeu minha perna.
—Anúncio? Estranhou Felipe, cruzando os braços.
—Pois é, ta lá no consultório, nem li direito. Revelou Andre, mais calmo.
—Vamos lá. Disse Bruno, sacando a pistola para não gastar munição da metralhadora e seguindo pelo corredor seguido por Felipe.
O corredor parecia mais frio agora e menos convidativo. Era o típico cenário para um game de survivor/horror. Os dois seguiram até a curva do corredor, viraram-se e depararam-se com os banheiros a direita e o tal consultório a esquerda. Bruno entrou primeiro, a lanterna da arma iluminando o consultório.
—Cadê o interruptor? Perguntou Felipe em voz baixa, iluminado as paredes.
—Achei. Bruno pegou um folheto que estava preso em um mural ao lado da maca de onde saiu a zumbi, morta no chão. —Putz. Olha isso.
Bruno passou o bilhete com violência para Felipe, que olhou o primo espantado.
—Lê aí, em voz alta. Pediu Bruno, apontando para o papel, sorrindo com ódio.
—“Dados informa”. Começou. “—Que as vacinas contra a gripe A (h1n1) estão chegando no vilarejo São Miguel em grandes caixas no dia 6 de julho. Elas deverão ser usadas por toda a população o mais rápido possível, pois esse vírus é fatal.” Ta, idaí?
—Não trouxeram a vacina pro Brasil ainda Felipe. Respondeu Bruno, impaciente. —Essas tais “vacinas” na verdade eram amostras do T-vírus, não é óbvio?!
—Quer dizer que a Dados tramou pra gente. Afirmou Felipe, ficando com raiva também.
—Isso! Nos mandaram pra morrer nesse buraco! A Umbrella fez isso! Berrou Bruno, enfurecido, saindo do consultório quase que correndo, botando a pistola no coldre.
Os dois chegaram rapidamente na recepção, onde todos os aguardavam assustados.
—Que foi isso? Perguntou Daniel, olhando surpreso para os dois.
—A Dados na verdade é a Umbrella. Informou Felipe; todos arregalaram os olhos, exceto Castanho, que cochilava no banco.
—Nós trabalhamos pra Umbrella? Perguntou Alyssa, estupefata.
—Não mais. Tramaram pra nós desde a contratação de vocês. Respondeu Bruno, contento os palavrões dentro de si.
—Pois é, porque, pensa bem, alguns daqui não eram tão bons. Comentou Felipe.
—Como...? Indagou Andre, encarando Felipe.
—Como Fredy, ele, que Deus me perdoe, era um merda. Os pilotos eram uns babacas. Falou Bruno, sincero. —Os que realmente são bons estão aqui.
—E o João? Perguntou Mauro. —Ele também é um idiota sem utilidade?
—Não acho. Respondeu Bruno, lembrando-se do perito em comunicações da sua equipe. —Por isso mandei ele recuperar o rádio.
—Mas ele não voltou ainda. Disse Andre.
—Provavelmente está perdido pela vila nos procurando. Disse Felipe, confiante.
—Ou morto no meio da rua, servindo de alimento para dezenas de zumbis. Falou Andre, saindo do saguão e seguindo pra porta. —Vamos vigiar né?
Mas, quando todos olharam para a porta da clínica, de vidro reforçado, viu um vulto alto; alto demais. Andre voltou para o saguão mirando na porta.
—Que é aquilo? Perguntou ele em voz baixa.
—Acho que sei. Respondeu Bruno no mesmo tom. —Alyssa, ali, Dani, lá. Ordenou Bruno, fazendo sinal para que Alyssa se posicionasse atrás de uma lata de lixo e Daniel no meio do caminho, deitado no chão. Felipe mirou na altura da cabeça do monstro de dois metros que estava do outro lado da porta, enquanto Mauro se posicionou do outro lado de Bruno. Todos ficaram agachados em silêncio, esperando para que a criatura fosse entrar ou ir embora. Mas, como sempre há um imprevisto, Castanho roncou alto e se acordou, mas chamou a atenção do monstro; que entrou.
Um Tyrant de cor cinza, com o coração exposto, os braços pareciam feitos de carvão. Ele olhou todos aqueles agentes mirando nele e gritou algo impossível de se entender. (ora bolas, era um monstro!)
—Fogo! Gritaram Felipe e Bruno em uníssono.
Os tiros começaram imediatamente, acertando todas as partes da criatura, até na cabeça, mas o Tyrant avançava mesmo assim, parecia não sentir.
—Recuar agora! Berrou Bruno. Todos se levantaram e correram em direção ao interior da clínica, ainda disparando quando possível.
Mas ele não parava, nem sentia. Quando chegou no saguão, olhou para o lado e viu Castanho abaixado no canto, mirando no Tyrant.
—Droga. Falou o velho, ao ver o Tyrant vir em sua direção. O idoso atirou bem no coração, o Tyrant se afastou gritando, a mão sobre o peito, no coração. Teve um ataque de fúria e correu em direção ao idoso. O matara com um soco que estourou seu crânio.
—Merda! Lembrou Bruno. —É isso! Pra matar um Tyrant, tem de atirar no coração!
—Ok. Concordou Alyssa, pronta para o combate.
—Vamos lá. Disse Andre, abandonando a metralhadora sem munição e puxando a pistola. —Espingarda não é uma boa para longa distância.
—Bora. Disse Mauro, confiante e mirando.
O Tyrant continuou avançando, mas agora os tiros eram mais perigosos pra ele. Todos miravam no seu coração, mas quem acertou mesmo foi Daniel. Depois de uns vinte e tantos tiros, quem se deu mal foi o Tyrant, que caiu de costas, morto.
—Boa mira cara. Elogiou Mauro, dando tapinhas no ombro de Daniel, que ficou orgulhoso de si mesmo.
—Vamos. Chamou Bruno, fazendo sinal para que os outros o acompanhar.
Os demais foram com o capitão até a porta estraçalhada.
—Que nojo. Disse Alyssa, quando olhou para os miolos do velho Castanho no chão.
Todos olharam para a rua, cheia de nada mais, nada menos zumbis. Todos formavam um coral assustador, com seus gemidos apavorantes e seu andar errado e lento. Bruno suspirou, assim como o resto da equipe e a equipe Delta.
—Nem preciso falar não é? Perguntou Bruno, recarregando a metralhadora.
—Não mesmo. Respondeu Andre, pegando a espingarda das costas. Seguiu na frente, e começou a disparar nos zumbis, que perdiam as cabeças a cada disparo.
—Heavy Metal. Murmurou Felipe.
Os sobreviventes estavam dispostos a mandar pro inferno o maior número de zumbis, usando suas melhores armas, começaram a descarregar na multidão de mortos-vivos. Em mais ou menos uns trinta minutos de massacre, cinqüenta zumbis para mais morreram de vez, mas as munições esgotaram e ainda haviam uns duzentos zumbis.
Felipe começou a dar seus chutes de taekondo, Alyssa, Mauro e Andre quebravam as cabeças dos zumbis e Bruno e Daniel usavam a imaginação, chutando, socando, dando rasteiras, etc.
Mas os zumbis estavam cada vez mais perto, mais e mais se aproximavam. Todos morreriam, era certo.
Bruno deu uma rasteira digna de mestre em um zumbi, mas quando tornou a se levantar, foi atacado por outro, que morreu no meio do ataque; por um tiro.
—O Andre! Chamou Bruno, satisfeito.
—Fala!
—Olha lá o morto do João! Disse Bruno, rindo e apontando para um dos dois helicópteros que avançavam, pois João estava em uma metralhadora montada na lateral da aeronave, atirando com vontade contra os zumbis.
No outro helicóptero, outra metralhadora, que também disparava contra os zumbis com gosto, sem poupar munição. Dezenas morriam por minuto.
—Ri, ríííí! Riu-se Dabiel, feliz.
—Vamos logo! Berrou Bruno, fazendo sinal para que os outros lhe acompanhassem, enquanto um dos helicópteros descia para o resgate e o outro abria caminho para os jovens.
Todos correram até o helicóptero que desceu, tampando o rosto devido ao vento forte.
O último a subir e ficando próximo a porta foi Andre, que sorriu debochado e puxou uma granada escondida
—Um presentinho! Falou ele, puxando o pino da granada e jogando-a em direção aos zumbis que ainda tentavam alcançar o helicóptero, que já estava a uns dois metros de altura.
—Ri, ríííí!
Todos ainda tiveram forças para bater palmas para o presente de grego de Andre, que explodiu e matou uns quatro ou cinco zumbis de uma única vez. Bruno observou bem e viu o outro helicóptero tomar a frente, e os dois helicópteros saíram da área de risco.
Depois de alguns minutos de silêncio, apenas interrompido pelo barulho da hélice do helicóptero. Bruno suspirou aliviado, como se algo tivesse saído de dentro de si. Pouco tempo depois e o helicóptero começou a baixar, pousando em um campo muito vasto, onde as equipes Delta e Echo foram atacadas anteriormente. Mas tudo havia mudado ali: agora haviam cercas de arame farpado em toda a orla da floresta, protegendo diversas barracas brancas, por onde transitavam de homens armados com metralhadoras a meros médicos de jaleco branco. Em um canto fora instalado um grande mastro, onde, lá em cima havia uma bandeira branca, com um símbolo muito familiar a Bruno, Felipe e Daniel.
—André. Disse Bruno a Felipe, que cruzou os braços sorrindo.
—Capitão André. Corrigiu Daniel, brincalhão.
—De quem estão falando? Perguntou Alyssa, enquanto entregava a maleta com o vírus para um médico.
—Esse capitão nos ajudou em Gravataí. Respondeu Felipe.
—Hum. Fez Alyssa, ainda parecendo meio confusa. —Foi ele que salvou vocÊs de lá, então.
—Nos salvou? Riu-se Daniel. —Nos viramos muito bem.
—Até vocês serem capturados pela Umbrella. Falou Bruno, Alyssa desandou a rir que ficou vermelha.
—E você quebrou o pé... Comentou Felipe, começando a rir.
—Bem, a vida não são só flores não é? Justificou Daniel, começando a rir também.
—Que bom que reconhecem. Uma voz falou atrás dos três, que se viraram.
Depararam-se com um homem que tirava um capacete, mostrando os cabelos vermelhos. Aparentava uns vinte anos.
—Capitão Van de Wender. Agora seu sotaque era mais evidente. —Sou holandês. Ele estendeu a mão para Bruno.
—Prazer. Bruno apertou sua mão, assim como fizeram os outros logo depois.
—Bem, acho melhor sairmos daqui, vamos nos acomodar melhor, certo? Disse V. Wender, conduzindo-os até uma barraca meio grande onde havia algumas cadeiras e um freezer. Wender abriu o freezer e de dentro pegou três latas de refrigerante, entregou a Bruno, Daniel e Felipe, voltou, pegou mais três e entregando aos demais. Pegou uma garrafa de água mineral para si e sentou-se.
—Acho que já notaram que a Umbrella é a Dados Corp. Começou ele. —E que mandou-os pra morrer aqui. Bem, a nossa equipe já investigava a Dados a tempo, tão de perto que infiltramos um agente lá.
—João? Perguntou Bruno, logo depois de tomar um gole de refri.
—Não, Karla Gonzales. Respondeu Van de Wender, olhando para Andre na mesma hora, que abaixou a cabeça para olhar debilmente a lata de refri, triste. —Ela nos informava sobre tudo que podia, quem seriam os integrantes das equipes, os líderes, os planos da empresa. Segundo ela, todos aqui deviam estar mortos, cada um por seu motivo.
—Que era? Perguntou Felipe, sério.
—Isabela Ferrão possui muita compaixão, seria sua fraqueza; Andre Diógenes, porque poderia não se dar bem com o capitão, causando “bolos”; Daniel, porque era outro alvo; Mauro Zefrer, por aparentar pouca experiência.
—Eu sou esperto né... Falou Mauro, orgulhoso.
—Muito, se tornando um alvo pra morte. Disse Andre, amargurado.
—Os pilotos eram dois babacas pra Umbrella; Continuou Wender. —Karla, porque, talvez suspeitavam dela, João e Fredy por não saberem muito além de comunicar-se com a base.
—Ta, então a Dados fechou? Perguntou Alyssa, jogando a lata no lixo.
—Ela fechou as portas assim que vocês partiram. Respondeu Van. —Nós, obviamente nos tocamos e viemos atrás de vocês.
—Mas foram primeiro em Manaus... Falou Bruno.
—Isso mesmo. Como não estavam lá, resolvemos dar uma procurada na região onde voaram.
—E chegaram na hora H. Disse Daniel.
—Sorte nossa. Falou Felipe, sorrindo.
—É. Concordou Bruno, satisfeito. —A Umbrella voltou a clandestinidade.
—Mas parece que ouve um incidente na Ásia com o T-vírus. Informou Van de Wender. —Iremos para lá depois de acabar com os mortos-vivos.
—Vai demorar... Disse Andre, deixando a barraca.
—Vão nos levar pra casa, certo? Assegurou-se Mauro, saindo da barraca de costas.
—Finalmente acabou. Falou Alyssa, suspirando.
—Quando voltamos?
...
Aquele podia ser o dia mais quente de verão, o dia 29 de Janeiro. Aniversário de Bruno em sua nova casa, em Porto Alegre mesmo. A poucos dias ganhara um prêmio por descobrir que o prefeito contribuía com a Umbrella (não o Sr. Fogaça!). Ali estavam todos seus amigos, entre eles os conhecidos na Dados Corp. Alguns da Equipe anti-Umbrella também foram. Todos se divertiam quando Bruno atendeu uma ligação e depois chamou Felipe em um canto.
-Sabe quem era?
-Quem? Perguntou Felipe, curioso.
-Capitão André. Respondeu Bruno, um sorriso de orelha em orelha. -Ele me desejou feliz aniversário e...
-E...? Felipe não aguentava a curiosidade.
-Nos quer na equipe. Disse Bruno, triunfante.
ass: bruno pereira